FDJ DA SEMANA

"Gostaria de ser para essa nova geração de Filhas de Jó, motivo de orgulho e que minha entrega e carinho pela Ordem também as inspire para que se doem cada vez mais pelo nosso objetivo maior..."

Meu nome é Virgínia Luisa da Silva Soares, mineirinha, morando no Rio à quase 10 anos, filha de Maçom. Fui iniciada na Ordem das Filhas de Jó Internacional em 18 de Agosto de 2007 aos 16 anos, no Bethel #11 Grande Rio. Meu primeiro cargo dentro do Bethel foi o de Capelã, cargo esse que até hoje, é a "menina dos meus olhos" dentro do Bethel. Depois vieram os cargos de Secretária por duas vezes, Guia, Musicista e por fim Honorável Rainha. Em minha quarta gestão dentro do Bethel e ocupando o cargo de Secretária pela segunda vez, me afastei do Bethel. Desde pequena vivo em uma família de católicos praticantes, minha entrada no Bethel não interferiu em nada no trabalho que realizava dentro da Igreja, pelo contrário, até me ajudou muito dentro do Bethel e eu conseguia desempenhar meu trabalho tanto no Bethel como na Igreja, com a dedicação e carinho que ambos precisavam. Porém, chegou o dia em que para eles, realizar os dois trabalhos ao mesmo tempo não seria possível, mas eu jamais poderia escolher entre duas coisas que estiveram comigo durante toda a vida, a Igreja e a Maçonaria. Isso levou as forças que eu tinha para trabalhar tanto em um como no outro. Acabei então me afastando de ambos para colocar minhas ideias em ordem. Depois de um tempo retornei às minhas atividades dentro do Bethel e no grupo que eu coordenava dentro da Igreja, eu simplesmente escolhi os dois! Voltei para as atividades do meu Bethel ocupando o cargo de Musicista e logo em seguida fui eleita Honorável Rainha. Dentro do Grande Rio, desde a minha Iniciação, travei grandes batalhas juntamente com minhas irmãs. As coisas nem sempre foram fáceis para nós, Filhas do #11, porém nos mantemos unidas até hoje é essa união que faz com que renovemos nossas forças a cada dificuldade. 

Quando atingi o grau de Maioridade achei, sinceramente, que poderia relaxar um pouco e aproveitar o tempo que teria livre, doce ilusão...rsrs Com a Maioridade veio a responsabilidade de acompanhar os passos das Filhas mais novas e ajudá-las no que viesse pelo caminho. Seguir a caminhada como Filha de Jó dentro do Bethel Jurisdicional nunca foi algo que estivesse nos meus planos. Quando entrei para o Bethel, não era algo que chamava minha atenção. Eu sabia que chegaria o dia em que eu não poderia mais usar a minha veste como Filha ativa e teria como opção o ingresso no BJ, que me proporcionaria o privilégio de continuar usando-a e trabalhando com frequência, mas sempre achei que meu destino estava em ajudar o meu próprio Bethel e se o Pai Celestial permitir, um dia chegar a estar como Guardiã do meu Bethel. Mas a vontade de continuar atuando e o meu desejo de passar para as Filhas mais novas e dos outros Bethéis, meus sentimentos mais profundos pela Ordem falaram mais alto e preenchi minha Petição para Associação no BJ. 

Permitiu o destino que meu primeiro cargo dentro do Bethel Jurisdicional fosse o de Honorável Rainha. Aceitei o cargo sabendo que não seria uma tarefa fácil de desempenhar. Por uma sorte muito grande tive ao meu lado irmãs/amigas que fizeram parte da Tríade do BJ em Gestões passadas e que realizaram grandes feitos durante o tempo em que estiveram à frente do nosso Estado. Foram experiências trocadas e ânimos restaurados. A gestão foi marcada por visitas e esforços para o fortalecimento de Bethéis que passaram ou não por grandes dificuldades. Com a ajuda de Filhas empenhadas e tios comprometidos conosco, conseguimos renovar as forças de Bethéis renomados, Bethéis estes que lançaram ao mundo mulheres fortes e que até hoje têm orgulho de dizer que são Filhas de Jó, porém, com o passar do tempo foram se desgastando, mas que ainda tinham garra e vontade de persistir na caminhada. 

Passamos por momentos realmente difíceis durante esses doze meses, houve momentos em que o cansaço e o desanimo foram mais fortes que eu, mas graças a uns anjos que me acompanharam durante todo esse tempo, consegui continuar caminhando e dar o meu máximo para que as necessidades de nossos Bethéis e nossas meninas fossem supridas. Tive perdas irreparáveis durante esse tempo, perdi aquele que me deu sua herança Maçônica, aquele que me encorajava e me pedia que às vezes fosse mais devagar, perdi meu pai. Mas em meio a tudo isso, deveria continuar trabalhando, pois nosso Dia Estadual das Filhas de Jó estava chegando e eu não poderia deixar de lado os compromissos assumidos, então continuei com os planos, mesmo com o coração bastante doído.

Não houveram grandes eventos, durante a gestão nossos esforços estavam voltados para a unificação e a valorização do estudo. Me dediquei a conversar e a incentivar as meninas a lerem e conhecerem cada vez mais nossa Constituição e nossas Regras. Sei que esse trabalho é do tipo que dá retorno em longo prazo, mas tenho fé que colheremos no tempo esses frutos e teremos uma realidade diferente dentro dos Bethéis de nosso Estado. Assim como tenho ótimos exemplos e Filhas que inspiram o meu trabalho, gostaria de ser para essa nova geração de Filhas de Jó, motivo de orgulho e que minha entrega e carinho pela Ordem também as inspire para que se doem cada vez mais pelo nosso objetivo maior que é fazer o bem ao próximo, e sermos reconhecidas como as verdadeiras Filhas de Jó, as mais justas em toda a Terra.