Suedja Varela

Suedja Varela

MM, PGB, Suprema Deputada Assistente para

a Paraíba (Região II) é também detentora do

Grau de Púrpura Real

“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.”Eclesiastes 3:01

1 – Inicialmente fale um pouco de você, sua família, escola/faculdade, trabalho e que costuma fazer nos momentos livres;

Meu nome é Suedja Edlena Costa Varela, sou nascida em Caicó, mas desde os 5 anos de idade moro na cidade de Pombal-PB, sou graduada em Direito e pós-graduada em Direito Administrativo e Gestão Pública, passei no primeiro exame que prestei para a OAB, mas hoje não advogo devido ao trabalho que exerço, que é o de assessora da Juíza da 2ª Vara de Pombal, pois não há compatibilidade entre os dois exercícios. Nos últimos anos andava meio afastada de um dos meus objetivos profissionais, que era a minha aprovação em concurso público, mas desde o primeiro dia deste ano tomei a decisão de retomá-los Recentemente entrei para o mestrado de Sistemas Agroindustriais aqui em Pombal e estou tentando me adaptar, vez que foge muito da minha área, mas é uma experiência engrandecedora para mim poder ampliar as dimensões do meu conhecimento. Com relação a minha família posso dizer que desde que nasci respiro os ares maçônicos! O meu pai iniciou na Loja Maçônica Regeneração do Seridó de Caicó-RN em 1978, permanecendo ativo nesta Loja até o momento em que conseguiu erguer a Loja Maçônica Raimilson Felinto n 08 de Pombal (patrocinadora do Bethel 04), após a nossa chegada em Pombal. Uma das lembranças mais vívidas de minha infância é a de ter visto o meu pai juntamente com outros maçons colaboradores do seu sonho, passar os domingos em meio ao sol, para levantar as paredes onde hoje funciona a nossa Loja.Vale ressaltar que sem o trabalho feminino este sonho não teria sido possível! Sim, pois o trabalho de minha mãe também foi primordial para a garantia do sucesso deste projeto, vez que se encarregou de liderar as mulheres de maçons nas campanhas para levantar verbas para a obra. O trabalho do meu pai para a Loja foi reconhecido há aproximadamente três anos atrás, quando os maçons decidiram dar o seu nome ao nosso Templo e eu sou imensamente grata a todos eles por isto. Tenho três irmãos, dois mais velhos e um mais novo do que eu, e todos participaram da Ordem DeMolay. O que faço nas horas vagas? Tento me divertir da maneira como é possível: Assistindo a um bom filme, saindo com os amigos, brincando com a minha sobrinha mais nova que mora conosco, o que a faz o xodó da família, pois é inevitável não se apaixonar por coisa tão linda!

2 – Como foi o seu primeiro contato com a Ordem Internacional das Filhas de Jó?

No ano de 1993, Tio Joaquim Santiago entrou em contato com o meu pai e o indagou sobre a sua permissão para que eu pudesse integrar o corpo de membros fundadores do Bethel 01 de Caicó-RN. Nos sentimos muito honrados com o convite, vez que o Tio Joaquim Santiago sempre foi muito querido pelo meu pai desde os tempos em que ele era membro ativo da Loja Maçônica Regeneração do Seridó nº 01, e mesmo sem conhecer os trabalhos da Ordem, pois o Bethel 01 seria o segundo Bethel do Brasil e o primeiro no nordeste, o meu pai concordou com o convite após saber a minha opinião.Tive que aprender a conciliar as viagens para participar das reuniões em Caicó e as viagens para assistir aulas em Patos-PB, vez que na época, a minha cidade não oferecia estudo de qualidade. E por este motivo, no ano seguinte, estabeleci residência na cidade de Campina Grande-PB, com outras colegas, pois as viagens diárias para Patos nos exigia muito. Contei como ainda conto com a ajuda e incentivo do meu pai, pois ele é quem me levava a Caicó nos fins de semana em que tínhamos reuniões, ainda me dando força nos momentos em que encontrei dificuldades. Com relação ao primeiro contato, entendo que ele proporcionou descobertas para todos os presentes no dia da fundação do Bethel 01 de Caicó – RN. Lembro vagamente da cerimônia, mas sei que precisou da ajuda do Bethel do Rio de Janeiro e do Conselho Guardião recém-instalado para que fosse possível a instalação do Bethel 01 de Caicó. Após, passei a sonhar todos os dias com o nascimento de um Bethel em minha cidade, onde eu poderia participar mais ativamente dele, e, depois de seis longos anos, o sonho se concretizou. No início, fiquei um pouco triste pelo fato de eu já haver completado a maioridade e não mais poder assumir o cargo de primeira Honorável Rainha do meu Bethel. Ansiava por isto todos os dias, pois, assim como o meu pai foi o primeiro Venerável Mestre da Loja Raimilson Felinto nº 08, queria seguir os seus passos. Pensei em não mais participar, mas com o convite que me foi feito pelo Venerável Mestre da época e a sua esposa, Tio Reginaldo e Tia Glória (primeiros guardiões do Bethel 04), de participar do Conselho Guardião fundador do Bethel 04 com 20 anos recém completados, reguei mais uma vez o amor cultivado em meu peito e dei seguimento a minha trajetória dentro da Ordem.

3 – Você participa de outras organizações, qual, como faz pra conciliar as atividades com família e trabalho?

Não participo. Já recebi alguns convites, mas os recusei, por não vislumbrar, no momento a possibilidade de conciliar o meu tempo com outra organização. Hoje, tento administrar a minha vida da melhor forma possível, mas confesso que não foi fácil, pois em meio aos 13 anos em que participo do Conselho guardião do Bethel 04 de Pombal, pude encontrar algumas dificuldades, mas com determinação e a ajuda de todos consegui colocá-lo em ordem. Muito me foi questionado acerca da minha dedicação ao Bethel, mas hoje vejo os frutos serem colhidos. Com relação à família, nunca achei empecilho para conciliar os trabalhos do Bethel com ela, pois, os dois se confundem! Meus pais participam do Conselho Guardião e de tudo que faço para a Ordem, são o meu grande incentivo, os meus alicerces dentro e fora dela.

4 – Quais os cargos/funções que você ocupou dentro da ordem das Filhas de jó? No momento você estar com algum cargo?!

No Bethel de Caicó pertenci apenas ao coral e algumas vezes substitui o cargo que mais gostava que era o de musicista, mas não via a possibilidade de ocupar cargos morando em uma cidade e estudando em outra. Como membro do Conselho Guardião, fui Guardiã: musicista e de épocas, secretária, eventos, e guardiã do Bethel, cargo que ocupo pela segunda vez, isto dividido entre as várias gestões dos quase 13 anos de Bethel Pombal. Ah! Atualmente exerço o cargo de SDA -PB- região II (sertão).

5 - Qual o momento mais marcante que a Ordem lhe proporcionou?!

Impossível apontar apenas um diante de tantos, mas eis aqui alguns deles: a minha iniciação, a minha primeira apresentação da cerimônia dos lírios, a minha primeira despedida como guardiã do bethel 04 e finalmente o dia em que recebi o Grau de Púrpura Real em outubro de 2010. Receber o tão sonhado Grau após 17 anos de Ordem, foi e ainda é para mim, uma emoção ímpar. Optei por recebê-lo em Natal numa sessão do Grande Bethel do Estado do RN, e, foi MARAVILHOSO, INESQUECÍVEL, EMOCIONANTE! Conduziram a cerimônia lindamente, trouxeram todas as autoridades, misses, e, o Supremo Time, inclusive a nossa primeira miss Internacional, Aline Busnardo (linda por dentro e por fora). Pude ter o meu primeiro contato com Marilee e desde então não paramos mais de nos comunicar. Logo em seguida, após ela conhecer um pouco do meu trabalho dentro da PB, convidou-me para ser SDA da região do Sertão, vez que a mesma necessita mais de atenção, e aceitei. Naquele momento, todo o filme de minha vida como Filha de Jó passou na minha mente. Foi como se eu estivesse passando por uma renovação de minha iniciação. Nasci como Filha de Jó no oriente do RN e renasci como Filha de Jó no mesmo oriente. Amadureci como Filha de Jó na Paraíba e sinto que ainda tenho muito a partilhar com esse Estado, que em meio a alguns contra tempos conserva viva a semente da esperança de que seremos fortes nos assuntos relativos à Ordem.

6 - Qual a lição que a Ordem trouxe que lhe possibilitou mais mudanças na vida pessoal?!

Das inúmeras lições aprendidas e vividas dentro da Ordem, pude beneficiar-me fazendo da promessa que fiz de praticar pelo menos um ato de bondade a cada dia de minha vida, a minha regra maior. A prática da caridade é o nosso diferencial para os dias de hoje. É a herança que podemos deixar para o mundo de hoje e o que virá. É o olhar para o próximo, é partilha, é doação de si e de nosso amor fraternal.

7 - Quais os projetos ou trabalhos que você realizou na ordem?!

Bem, como membro das Filhas de Jó participei apenas de alguns projetos desenvolvidos pelas meninas do Bethel 01 de Caicó e substitui alguns cargos, pois não queria assumir o compromisso de assumir a um cargo existindo a possibilidade de eu não corresponder a confiança depositada pelo conselho guardião. Talvez fosse bobagem minha, mas para mim, assumir um compromisso é dedicar-me até o fim.

8 – Conte-nos um pouco da sua experiência de Filha de Jó participando como Membro de Maioridade e Membro do Conselho Guardião do seu bethel.

Engraçado poder dizer para vocês que só me senti completa após a minha maioridade, pois pude me completar e me doar ainda mais. Embora eu tivesse passado a minha vida sonhando em ser honorável Rainha, o fato de eu ter feito a maioridade antes disso me entristeceu por um momento, mas me fez ainda mais forte para lutar pelo o que eu realmente sonhava. Não desisti e trabalhei arduamente junto com outros tios e tias que acreditaram na Ordem junto comigo. Cresci como pessoa! No Conselho Guardião pude me realizar em cada cargo ocupado pelas meninas, pude me ver refletida em cada uma delas. Tive por projetos o I Simpósio em uma fazenda chamada de Nova Betânia perto daqui de Pombal. Reunimos os Bethéis de Pombal, Caicó e São Bento (atualmente inativo) e foi maravilhoso o aprendizado e a integração promovida nele. Um de nossos palestrantes foi o Tio Joaquim Aprígio, uma das pessoas que me deu muita força dentro da Ordem. Realizamos várias gincanas em parceria com os DeMolays, onde arrecadamos alimentos, roupas para distribuirmos entre os necessitados e ainda nos divertimos muito. Hoje, em minha segunda gestão como guardiã do Bethel, pude realizar o projeto de visitas ao abrigo dos idosos, onde levamos café da manhã e doamos um pouco do nosso carinho e atenção a cada um deles. No que concerne às instalações que participei, pude auxiliar nas duas instalações dos Bethéis de João Pessoa, da instalação do Bethel 06 de Sousa e da instalação do bethel 08 Elba de Sousa Monteiro em Campina Grande, levando o Bethel 04 para realizar as belíssimas iniciações nestes Bethéis. Divulgar um trabalho desenvolvido por vários anos dentro do Bethel 04 e de minha cidade era um sonho realizado! Quando comecei a ser procurada para ajudar nas instalações e dar informações e apoio para os Bethéis que iriam ser instalados, precisei muito da ajuda de Tio Ubaldésio, que mesmo sem me conhecer, forneceu-me todo o apoio necessário para que eu repassasse as informações corretas. Busquei ainda ajuda com o tio Joaquim Aprígio e com o Tio Antônio Júnior e sou grata a todos eles por isto! Na comemoração dos 10 anos do Bethel 04, o mesmo recebeu a denominação de “Mensageiras da Verdade”, nome sugerido por mim.

9 - Quais sao as suas perspectivas para a Ordem Internacional das Filhas de Jó no futuro?!

Vejo muitas perspectivas, pois o que antes era raro agora se torna cada dia mais freqüente: a participação de membros de maioridade nos Conselhos Guardiões. São estes membros que ajudam a impulsionar os Bethéis com a experiência que ninguém que não tenha sido Filha de Jó pode repassar. A emoção de trilhar aqueles passos e ouvir todos aqueles ensinamentos diante do altar é ímpar. Vejo o mundo agradecido por existirem mulheres justas, que praticam o bem e espalham o amor. Que praticam a caridade e pregam a verdade. Vejo líderes com o diferencial de ter dentro de si a necessidade da prática do amor ao próximo.

Queria ainda deixar consignado que o Bethel de Sousa, encontra-se em processo de reativação, faltando apenas dois Bethéis em minha região decidirem pelo retorno ao pleno funcionamento. Encerro aqui desejando que cada uma de vocês não se sinta apenas inspirada, mas renovada para o efetivo trabalho desta Ordem. Cada uma que recebeu o Grau tem em sua história, uma particularidade. A minha, acho que foi a perseverança! Desejo a todas que perseverem em busca do amor verdadeiro, pois nada é tão gratificante como fazer algo que amamos e que verdadeiramente acreditamos. Busquem sempre realizar os seus sonhos! Não desistam em meio as dificuldades, pois elas existem para nos ensinar o quão maravilhosa é a conquista! O meu momento veio após 17 anos! O de vocês poderá vir antes ou depois. Pode lhes parecer que demorou muito para que eu recebesse este reconhecimento, mas não para mim! Sei que Deus providencia tudo e este tempo foi o necessário para que eu pudesse amadurecer o suficiente para entender, que o Grau não é motivo para vaidade, mas sim, para que eu tivesse a certeza de que a minha responsabilidade se tornou ainda maior depois dele e que o meu compromisso para com a Ordem foi apenas renovado.

Tenho receio de mencionar nomes e cometer algumas injustiças, pois são 19 anos de história e muitas pessoas fizeram parte dela. Agradeço imensamente a Deus, meus pais, tio Joaquim Santiago, que acreditou em mim, Tio Joaquim Aprígio, que me ensinou muito, Tia Líbia, Aninha, Tios Reginaldo e Glória, que se apaixonaram pela Ordem junto comigo, ao Bethel 04 “Mensageiras da Verdade”, tela em branco que me foi entregue para que eu escrevesse a minha história, a Camila Abrantes, uma menina cuja minha história vejo refletida e tantas outras pessoas o meu muito obrigada.