COISAS DAS QUAIS NÃO FALAMOS

Conflitos entre Membros do Bethel e Guardiões


Conflitos são naturais no convívio social. Ao mesmo tempo que são naturais, sabia-se que seriam necessárias regras para tornar a convivência possível e saudável. Eis, então, que surgiu o Direito e seus diversos códigos.

Mas, não. Esta não é uma aula de Direito. Fique tranquila! Essa pequena introdução é necessária para mostrarmos que conflitos – e regras para resolvê-los – acontecem em todo e qualquer lugar, não só em nossa organização.

Vamos dividir os conflitos em dois tipos: aqueles que podem ser solucionados pela aplicação de regras, estas, pré-estabelecidas e que, mesmo não sendo de conhecimento das partes, devem ser respeitadas. E, como as relações humanas são muito complexas e seria impossível prever todos as circunstâncias conflituosamente possíveis, existem aqueles conflitos para os quais não se há regras, cabendo ali o uso do bom senso.

Esses dois conceitos são muitos importantes para nos ajudar a resolver os problemas que enfrentamos em nossos Bethéis.

Por muito tempo, o acesso à Constituição e Regulamentos da nossa Ordem era algo muito restrito e difícil. Poucos o detinham e isso dava margem a muitas interpretações erradas e “achismos”. A dificuldade de acesso ao Supremo Conselho piorava a situação. Mas, hoje, isso mudou. (Mudou mesmo?)

Bom. Hoje as informações circulam muito mais rapidamente. Através de um “clique”, qualquer menina pode ter acesso a um membro do Grande ou Supremo Conselho e tirar dúvidas. Existem infelizmente, três tipos de cultura; uma que entende que Regras só interessam aos Conselhos, afinal, são os adultos os responsáveis por fazer com que nós as sigamos; e outra, que entende que as Regras só interessam às Filhas de Jó, afinal a ordem é delas. E tem uma outra, pior ainda, que aplica “na dúvida, aplicamos o que se usa nas Lojas Maçônicas”.

Todos os membros de um Bethel devem estudar os regulamentos da Ordem. Todos, sem exceção. Quando todos entendemos das regras, a vida de todos fica mais fácil. Porque todos passam a entender que certas coisas tem que ser de tal forma não porque “fulano quer”, mas porque DEVEM ser assim. Algumas discussões deixam de ser pessoais. E, torna-se lembrar que, se tais regras foram colocadas, elas foram feitas para FACILITAR o convívio no Bethel. (Lembram? Regras são criadas para tornar o convívio possível desde que mundo é mundo).

Então, se eu estou passando por um problema dentro do meu Bethel, devo me perguntar primeiro: “existe uma REGRA pra essa situação?” Se sim, vamos lá!

Temos que ter em mente que somos uma organização internacional, com hierarquias. Isso é previsto no nosso Landmark. Se o conflito foi gerado a partir de uma regra não respeitada, você pode:

1) Entrar em contato com a Honorável Rainha ou Guardiã do Bethel.

2) Você ainda pode conversar com algum outro membro do Conselho Guardião, especialmente do Conselho Executivo.

3) Se não resolveu, você pode entrar em contato com o Grande Conselho ou Conselho Jurisdicional e, na ausência desses, com o SDA da sua região ou até mesmo com o Supremo Conselho.

A questão é: SEMPRE haverá alguém a quem recorrer. E, você, tio ou tia ou Honorável Rainha, não fique chateado se uma Filha do seu Bethel procurar orientação com outros membros, ou até mesmo diretamente com o Grande/Supremo Conselho. Se isso aconteceu é porque, por algum motivo, ela não se sentiu segura em falar com você. Por vergonha, timidez, medo... ou simplesmente, por não saber qual caminho seguir. Temos que ter em mente que isso é um DIREITO de qualquer membro de uma organização democrática. O acesso à informação é um direito básico.

Claro que a teoria é bem mais fácil do que a prática e sabemos que, infelizmente, mesmo que haja regras, nem sempre é fácil de fazê-las cumprir. Mas, só vamos mudar essa cultura do “jeitinho” e do “achismo”, quando começarmos a tratar a nossa organização com a seriedade que ela merece.

E se eu não sei se há regra pra isso? Talvez você passe por uma situação que não saiba discernir se é ou não regulamentada. Certamente, existe alguma irmã ou tia (o) de sua confiança com quem você pode se abrir e se informar. Sempre vai ter. Não tenha medo, não se acanhe. Uma boa conversa pode resolver muita coisa! E, como dito, mesmo que você não tenha certeza, você sempre poderá recorrer ao SDA da sua região, que certamente irá te orientar quanto ao melhor caminho a tomar.


No próximo texto, daremos dicas sobre como falar com seu Bethel sobre o descumprimento de uma regra.

Semiramis Dominghetti

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Com amor de Jó,