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Rita de Cássia Foto: Acervo pessoal |
Como uma mãe para a Ordem DeMolay brasileira desde a ascensão do marido
como Grande Mestre Nacional, Carlos Eduardo Braga, Rita de Cássia ou
simplesmente “Tia Rita” é mais facilmente definida por ela mesma. Tanto que o
DeMolay Brasil vai se furtar de descrevê-la. Deixou esse papel para a própria.
A escolha dela para a entrevista do mês das mães serve para fechar as
homenagens da Ordem DeMolay aquelas que dão muito de si para os jovens pés dos
DeMolays e que, sempre, não pedem nada em troca.
Inserida na maçonaria desde cedo, costumo brincar: Nasci na maçonaria.
Cresci acompanhando meu pai em suas atividades maçônicas, onde a família estava
inserida. Sempre muito atuante; houve momentos dos quais não sabia se estava em
família ou fazendo alguma atividade maçônica. Acompanhando essa trajetória,
veio meu irmão Matheus e com ele pude conhecer a Ordem DeMolay, amor à primeira
vista. Melhor dizendo amor aos primeiros contatos.
Envolvida por este sentimento, buscamos alguma organização paramaçônica
que pudesse partilhar da mesma filosofia da Ordem DeMolay e nos deparamos com a
Ordem Internacional das Filhas de Jó. O continuar dessa história já é
totalmente previsível. Iniciei aos 17 anos; quando ativa pude galgar alguns
cargos, atingi minha maioridade e continuo trabalhando pela causa. Em 2010, o
Supremo Conselho Guardião me conferiu o Grau de Púrpura Real, honraria é
similar a Legião de Honra DeMolay.
Nesta caminhada encontrei Carlos Eduardo, um apaixonado pela Ordem
DeMolay. O amor descoberto anteriormente pela Ordem foi consolidado deste
encontro. Tipo osmose! (risos) Tanto é que conseguimos marcar nossa geração!
Originamos o nosso melhor; Maria Clara, Lucas Gabriel e sonhamos com suas
histórias nas organizações paramaçônicas das quais seus genitores fazem parte.
Desde a época em que o Carlos Eduardo Braga foi o Grande Mestre Nacional,
o Supremo Conselho teve a senhora como uma “mãe” da Ordem DeMolay brasileira.
Como é essa sensação e essa responsabilidade?
Gigantesca, fascinante. Sinto-me muito honrada. A maternidade é uma
dádiva. Ajudar um pequenino a desenvolver-se e a descobrir-se, tornando-se um
adulto digno, é responsabilidade que Deus confere ao coração da mulher que se
transforma em mãe. E toda mulher que se permite ser mãe, seja por geração
biológica ou por aproximação humana descobre que o filho depende do seu amor e
da segurança que ela transmite, é o melhor presente que Deus lhe deu.
Apesar de ser uma instituição exclusivamente masculina, a Ordem conta com
o apoio de pessoas como a senhora. O que a motiva a colaborar com os DeMolays?
Não só pelo sentido filosófico, mas também pelos ensinamentos, pelas
responsabilidades, pelo amor. O intuito de construir uma sociedade melhor, mais
justa, mais fraterna, nos fascina. Honestamente, acredito que ações combinadas,
integradas em projetos específicos que se destinam a estimular os jovens. Nesse
contexto, somos responsáveis pelas sementes do amanhã. Por isso, somos
semeadores e não podemos fugir da responsabilidade de semear. Não digamos que o
solo é áspero, que chove frequentemente, que o sol queima ou que a semente não
serve. Não é nossa função julgar a terra e o tempo. Nossa missão é semear. A
semente é abundante! Um pensamento, um sorriso, uma promessa de alento, um
aperto de mão, um conselho, um pouco de água, o diálogo, são sementes que
germinam facilmente. Porém não deves semear descuidadamente, como quem cumpre
uma missão desagradável! Semeemos com interesse, com amor, com atenção, como
quem encontra nisso o motivo central de sua felicidade. Na verdade tem sido
provado que pode-se prevenir, melhorar, fortificar, estruturar os jovens para
que possam crescer mais aptos a enfrentar desafios e construírem porventura um
mundo melhor, e não tenho dúvidas que a Ordem DeMolay é uma ferramenta
fascinante para este crescimento.
A relação da senhora com a Ordem DeMolay vai além do padrão. Seu pai é um
entusiasta, seu irmão é membro, assim como o seu marido, Past Grande Mestre
Nacional Carlos Eduardo Braga. Como é ter a instituição tão presente no
cotidiano?
Sinceramente afirmo que é difícil transcrever tal peculiaridade. É um
privilégio viver nesta conexão familiar, com certeza o fato de ter crescido no
seio da maçonaria me fez uma pessoa melhor, idem ao meu pai, meu irmão, meu
marido, pois posso sentir a maçonaria sendo praticada diariamente em nossas
vidas, e sem dúvidas, somos mais felizes em função disto, considero um presente
divino.
Enquanto Filha de Jó, a senhora conhece o funcionamento das organizações
paramaçônicas. Isso facilita a ter mais paciência para entender as
peculiaridades da Organização?
Sim; contudo o amor deve prevalecer! Amor pela causa DeMolay, amor pelo
seu parceiro, companheiro. Pessoa com a
qual você divide uma história, uma vivência. De nada adiantaria seguirmos um
sonho se no decorrer da caminhada faltasse o amor. “Somos responsáveis por tudo
o que acontece neste mundo. Com o amor e a força de nossa vontade, podemos
mudar o nosso destino e o destino de muita gente.”
Existe uma lenda de que a maioria das mulheres que mantém vínculo com a
Ordem DeMolay quer conhecer os “segredos” da Ordem – nos Estados Unidos há a
permissão, mas não no Brasil. Como lidar com a curiosidade?
(risos) Curiosidade, parece fazer parte da vida feminina, isso não se
pode negar! Contudo, o fato da junção família e maçonaria desde cedo não
despertou em mim tal curiosidade. Entretanto, algo espetacular com o qual
adquiri grandes ensinamentos foi o Hi, Dad!. A leitura do Hi, Dad! foi
decisiva. Pude enriquecer o conhecimento sobre esta maravilhosa instituição,
dinamizando o raciocínio e comungando do Universo do seu fundador, Dad Land.
Asseguro que os apaixonados e porque não dizer os curiosos pela Ordem,
independente de saber ou não dos “segredos” se tornarão ainda mais estimulados
após essa leitura.
Mãe biológica de dois filhos, por adoção algumas centenas de DeMolays a
respeitam como se fosse a própria mãe deles. Alguma mãe já reclamou ou pediu
ajuda com os filhos?
Há 17 anos compartilhamos experiências, conheci mães encantadoras tão
apaixonadas quanto eu pela causa DeMolay. Por minhas andanças encontrei mães
agradecidas pela forma como a Ordem havia melhorado seus filhos, diversas
outras mães que abraçaram a causa e fizeram a diferença em seu lar e nos
capítulos de seus filhos. Saint Exupéry, descreve isso muito bem: Tu te tornas
eternamente responsável por aquilo que cativas. Essas mães foram cativadas!
Há muito tempo a senhora conhece a Cerimônia das Flores. Já imaginou o
dia em que Lucas Gabriel, seu filho, estiver apresentando a cerimônia?
Confesso ser um momento ainda não imaginado! Sonho com sua iniciação,
recebendo a rosa de suas mãos. Fazendo a Cerimônia das Flores; ainda não.
Entretanto, esta Cerimônia possui um ensinamento tão intenso e profundo que só
após a maternidade pude absorver por completo.
Qual a mensagem que a senhora deixa para as milhares de mães de membros
da Ordem DeMolay e dos jovens que podem vir a fazer parte de organização?
Que possamos ser Luz no caminho desta juventude. São Sete Luzes os
modelos sobre os quais os DeMolays prometem basear suas vidas. A partir dessa
consciência de serem guiados, eles aprendem a ser melhores filhos e melhores
cidadãos. Daí a importância em não permitir que essas luzes se apaguem. Quando
nos surpreendemos com a turbulência por que passa a humanidade e procuramos
acender novas chamas na compreensão desse mundo em que vivemos, lançamos luzes
sobre a realidade. É muito bom quando descobrimos uma luz acesa, ainda que
pequenina, que pode nos nortear rumo ao nosso objetivo de sermos felizes e
fazermos o mesmo àqueles que se encontram a nossa volta. Vivam a aventura de
iluminar, de ser um ponto de luz no mundo. Acredito que isto é possível, pois
acredito no que é ensinado pela Ordem DeMolay e, essa crença não só ilumina a
minha vida como também ilumina a vida de muitas outras pessoas. “Se puder fazer
essa luz brilhar sobre outra pessoa, se puder penetrar nas profundezas mais
recônditas da sua alma e acender a chama que ali está então ai reside o
objetivo da Ordem DeMolay.”
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Com amor de Jó,