Sobre Integrais, Derivadas e a
inequação dos estereótipos ideais
“O mundo é como é, e nós vamos experimentando isso pouco a pouco” (Jostein Gaarder em O Mundo de Sofia)
Ao decorrer de nossa jornada terrena, nos deparamos com desafios que nos fazem acreditar que não somos bons o bastante para outrem. Nossos olhos são enganados pela “corrida da perfeição” ditada pelo enganoso mundo dos supérfluos. A mídia sufoca a liberdade de expressão de pessoas que ainda não foram capazes de viver a filosofia. Pois, filosofia não é algo que se possa aprender. Em primeiro passo, devemos aprender a pensar filosoficamente, para que não sejamos como fantoches nas mãos de um oligopólio superficial.
Um padrão de beleza, uma roupa da moda, a tendência da temporada, não passam de um sopro perante a perenidade da vida. As fantasias, máscaras que colocamos ao nos levantar para tapar nossas deficiências espirituais e intelectuais, agem como peneiras no intuito de tapar o sol. As formas maravilhosas que admiramos, vangloriamos, e por vezes, invejamos, não passam de breves instantes na divina comédia em que vivemos.
O culto pela beleza impõe medidas irreais a pessoas do “mundo real”. Os padrões sugeridos e impostos pela mídia estão sempre à frente das possibilidades que um ser humano mentalmente saudável pode exercer. Esquecemos, muitas vezes de prestar atenção na direção que o mundo está tomando. Pseudo-s valores cada vez mais cobrados e aceitos. Chegamos ao defasado ponto em que uma “música” que repete o refrão sem melodia, letra sem sintonia, sentimento sem nostalgia passa a exercer influência no estilo de vida das pessoas, e acabam por estereotipar as pessoas como se elas fossem elementos da Tabela Periódica, onde podemos prever o comportamento de seus átomos.
Enfim, a mudança no estilo de vida provavelmente afetou os neurotransmissores de alguns, que não são capazes de lidar com seus problemas, e acabam por escolher um caminho inadequado. Milhares de campanhas contra tóxicos são feitas, mas a questão é que se a camisa de Vênus fosse usada por todos, não haveria tantas pessoas infectadas por DST, ou seja, não basta dar conselhos a quem simplesmente não foi preparado para aceitá-los. Afinal, há pessoas tão ignorantes que, junto com seu diploma acadêmico, recebem um alvará para apoiar preconceitos que não cabem no mundo contemporâneo.
A ditadura da moda acaba por persuadir pessoas despreparadas, a ponto de fazê-las idolatrar um padrão inexistente, em busca de uma exata resolução. Mas diferentemente das Integrais e Derivadas, no mundo real não há equações exatas e fórmulas para descobrirmos a área de uma curva em um plano cartesiano, ou não sabemos qual a fórmula para descobrir o nosso Volume final quando somos submetidos a determinada pressão. Na “vida real” não encontraremos algum Mendeleiev capaz de organizar nossos dilemas. A verdade, é que o mundo é, e será sempre um ninho de imperfeições e qualidades, um sistema complexo de dualidades.
A vaidade se torna doentia quando vivemos apenas para este mundo inalcançável da perfeição e esquecemos que a realidade não detém de padrões e normas estéticas.
Por Elis Regina Castro Araújo, PHR
15 anos, estudante no Colégio Estadual João Vilas Boas, Livramento- BA é também Filha de Jó do Bethel #20 Livramentense.
@elisfdj
Petroleodofuturo.tumblr.com
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Com amor de Jó,