Gilma Souza |
Gilma Souza
Guardiã do Bethel Jurisdicional de Goiás é
também Suprema Deputada Assistente
para o Distrito Federal
Guardiã do Bethel Jurisdicional de Goiás é
também Suprema Deputada Assistente
para o Distrito Federal
1- Uma breve apresentação sua, falando um pouco de você, trabalho e família.
Nasci em Pires do Rio, interior de Goiás, caçula de uma familia pequena (meus pais e uma irmã). Com as bênçãos de Deus sempre fomos muito unidos e gostamos de fazer tudo juntos. Esta união se tornou mais forte com o casamento de minha irmã, o nascimento de seus dois filhos e também da minha filha Aline.
Estudei 10 anos em colégio católico franciscano, aos 14 anos mudei para Goiânia, com 15 anos entrei em um semi-internato no qual cursei o ensino médio profissionalizante em Desenho Publicitário. Cursei, ao mesmo tempo o curso de Telecomunicações pelo IFG-GO (antiga Escola Técnica Federal de Goiás) e de Bacharelado em Ciências da Computação pela Universidade Federal de Goiás. Pós-graduei em Gestão (MBA) pelo IBMEC em São Paulo e me certifiquei como Profissional de Vendas IBM com uma curta extensão em Boston, EUA, com professores da Universidade de Harward e da Universidade de Boston.
Iniciei minha vida profissional ainda no 3º ano de faculdade como estagiária na empresa de processamento de dados do estado de Goiás, na qual, por concursos, me tornei programadora e depois analista de sistemas. Após 3 anos e meio de empresa, fui aprovada no concurso para trabalhar na IBM e nela estou há 21 anos tendo ocupado cargos de analista, gerente de projetos e, há 12 anos, gerente de vendas (primeiro de máquinas e agora de Serviços). Atualmente sou responsável pela venda de Serviços Profissionais de Tecnologia da Informação para empresas do Governo Federal, do Distrito Federal, do estado e município de São Paulo, estado e município do Rio de Janeiro, estado de Minas Gerais e município de Belo Horizonte. Cito, como exemplo, soluções de centros de comando, de contingência, segurança e resiliência empresarial.
2- Como foi o seu primeiro contato com a Ordem Internacional das Filhas de Jó?
Foi quando a Aline, por sugestão da minha mãe, quis conhecer e iniciar na Ordem. Meu primeiro contato foi então pela internet, onde pesquisei sobre a organização e depois, através de contatos com quem já a conhecia, para decidir se eu apoiaria a idéia ou não. No inicio pensei que somente a Aline estaria envolvida mas depois que assisti a iniciação e comecei estudar e frequentar as reuniões, me apaixonei por tudo que esta Ordem oferece e me envolvi cada vez mais. Em meu primeiro contato ritualístico chorei na formação da Cruz e, ainda hoje, por vezes choro.
3 - Você participa de quais organizações, além das Filhas de Jó?
Iniciei meus trabalhos voluntários aos 8 anos de idade através da religião e seus programas para crianças, adolescentes e jovens. Todo domingo, tínhamos uma hora de estudos e logo depois visitávamos albergues para deficientes mentais, asilos e creches e ajudávamos em sopas beneficentes. Fui membro da Campanha da Fraternidade Auta de Souza (campanha dominical de arrecadação de alimentos e roupas para atender famílias carentes) por 11 anos. Só parei aos 26 anos quando mudei, por um ano, para o Rio e SP. Mas, quando a Aline nasceu, me reintegrei através de um grupo de pais. Enquanto ela, ainda bebê, iniciava na evangelização, neste grupo eu estudava temas interessantes e realizava trabalhos filantrópicos. Faço parte, hoje, de um grupo de doutrinação na Comunhão Espírita de Brasília e de harmonização no Centro Espírita Irmã Sheilla em Goiânia.
Adicionalmente, por influência da Aline nas Filhas de Jó, passei a me interessar mais por assuntos maçônicos e paramaçônicos até que, com o incentivo de minha amiga Barbara Ann Holmes (SDA de Nevada e Past-Grande Matriarca de Nevada, mãe da Susie Holmes (PHRSB) que deu nome a um Bethel no Rio), iniciei na Ordem da Estrela do Oriente, em Brasília, em 2009, na qual tenho aprendido muito e, há dois anos, faço parte do corpo de oficiais.
4- Como você tenta conciliar sua rotina de trabalho, família e os trabalhos voluntários para as organizações que participa?
Morar em Goiânia e trabalhar em 4 capitais dispersas goegraficamente faz com que minha agenda seja uma “caixinha de surpresas”. Então busco ser flexível e aproveitar cada minuto em voos, à noite e finais de semana. Normalmente consigo fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo e isto me ajuda a otimizar o tempo. Deixo todos cientes quanto às minhas limitações para alinhar as expectativas e busco conciliar os compromissos de forma a manter um nível razoável de presença nos grupos. Nem sempre dá certo mas na maioria das vezes sim. Nas tarefas mais complexas, me concentro muito no que estou fazendo e me desligo de tudo que não diz respeito a ela. Procuro anotar detalhes do que preciso fazer (chamo de lista de “to do’s”) para não me esquecer de detalhes importantes e antecipar preparações, estudos, de forma a ter condições de realmente aproveitar cada momento presente. Tendo a visão do que precisamos é fácil encontrar quem pode e está disposto a ajudar pois sempre temos pessoas brilhantes ao nosso lado, principalmente na Ordem e na família. Importante diferenciar o que é importante, o que é urgente e não perder tempo com o que é desnecessário. Ah! E não procrastinar! Este deve ser um exercício contínuo pois é tudo muito dinâmico e inclui o tempo que tendemos a perder nos decepcionando com fatos, com pessoas ou com nós mesmos. Este tempo é precioso se conseguirmos utilizá-lo para “virar a página” e buscar aprender e crescer. Não é fácil e às vezes demora mas, se realmente desejamos, conseguimos, mesmo que em parte.
5- Qual o momento mais marcante que a ordem internacional das filhas de jó lhe proporcionou?
É difícil escolher. A iniciação da Aline foi a reunião mais bela que já assisti, as coroações dela como PP, SP e HR e a entrega do cargo de HR foram muito emocionantes. Sua seleção como Miss Filha de Jó Internacional foi um momento mágico. Porém, como tenho que escolher um mais marcante, escolho a Suprema Sessão de 2011. Neste evento vi todos os ensinamentos, que ela absorveu em seus cargos na Ordem, demonstrados na disciplina, responsabilidade e humildade com que exerceu seu cargo de Miss Internacional e se preparou para repassá-lo à sua sucessora. A calma, maturidade e segurança com que conduziu suas atividades de demonstração, explicação e condução da votação das Filhas quanto à mudança do Ritual; a alegria e energia nas suas tarefas no concurso para a escolha da nova Miss Internacional; a simplicidade e conteúdo de seu último discurso; o cuidado nos mínimos detalhes para que sua sucessora tivesse uma noite incrível de coroação; a gratidão, paciência e atenção com tudo e com todos num momento em que seu nível de adrenalina e preocupação também estavam altos; a tranquilidade com que reassumiu sua vida normal quando retornamos ao Brasil e desapego ao título, foram exemplificações das virtudes que são ensinadas em cada posto no Bethel, na ritualística, nas trocas semestrais de cargos (que ensina este desapego) e nas experiências interpessoais. Sim, com certeza, este foi o momento mais marcante pois ficou claro, para mim, que todas as experiências que vivenciamos na Ordem valeram e valem a pena!
6- Qual a lição que a Ordem deixou que lhe possibilitou mudanças na vida pessoal?
Aprendo com a Ordem todos os dias e minha vida então muda com estes aprendizados continuamente. Errando e acertando, aprendi a me adaptar a uma nova forma (maçônica) de pensar e agir, a descobrir valores imensos em pequenas simbologias e detalhes ritualísticos e controlar situações de deslumbramento para não cair em exageros. Aprendi a debitar à mim mesma os meus sacrifícios, meu tempo e dedicação à Ordem mantendo-me sempre alerta para nada cobrar em troca de outras pessoas nem da Ordem por meu trabalho voluntário. Quando nos dedicamos muito a algo ou a alguém, tendemos a também exigir demais e até nos sentir donos deste algo ou alguém, que muitas vezes nem nos pediu para estarmos ali. Pela abrangência nacional e internacional da Ordem, aprendi a respeitar diferentes modos de pensar, reconheci algumas limitações minhas e de outros e assim reforcei meu aprendizado ao deixar passar o que nada agrega, buscar a verdade em suas diversas formas, mesmo que seja para guardá-la apenas comigo, e a justiça sempre. Aprendi a perceber pequenas e tímidas mãos a me ajudarem na caminhada e ter gratidão pelo muito que esses pequenos gestos somados significaram. A acreditar na parceria das pessoas, na formação de um grupo e trabalhar em time. A Ordem é cheia destas “mãos-que-ajudam” e são elas que mantêm a Ordem viva e operante e tornam possíveis grandes projetos. Perceber isto me encorajou em algumas iniciativas e me fez crescer como pessoa e também como profissional.
7- Fale um pouco da emoção de ver sua filha ganhando o concurso de MIJD, sendo a primeira brasileira a conseguir alcançar esse feito.
Minha primeira sensação foi de estar vivendo um sonho. As cenas ocorriam e eu as filmava sentindo o coração bater perplexo, feliz, preocupado, ... na mente uma frase se repetia sem parar: “Senhor, o que espera de mim neste momento?”. Mesmo com tanta felicidade, ouvindo os aplausos e imenso apoio dos presentes em todos os cantos do centro de convenções, o anúncio do grande acontecimento de termos a primeira brasileira como Miss Filha de Jó Internacional, eu sabia de todo o impacto na vida pessoal e estudantil dela. Será que Deus queria que eu assumisse o lado “Mãe-forte-decidida” e não a deixasse assumir o cargo? Afinal, a intenção era apenas participar do concurso e aprender com a experiência do processo de seleção que é muito rico de situações. Ou será que Ele queria que eu entendesse que era Ele quem estava permitindo esta experiência e vivesse intensamente aquela alegria? Rezei em pensamento o tempo todo, mesmo entre os abraços e fotos. Quando nós duas fomos para o quarto, nossa primeira ação foi abrir a bíblia, ler e rezar pedindo a inspiração de Deus pois, se não fosse para ela assumir, não teríamos o direito de privar outra menina de ser coroada ali no evento. Foi depois de conversar com outras pessoas, com os novos Supremos Guardiões e acreditar que valia a pena adiar o vestibular é que conseguimos, de fato, comemorar! Até hoje me emociono muito quando vejo o video, a coroação, as meninas do Bethel #05 de Las Vegas, do qual a Aline também é membro, correndo com a bandeira brasileira e gritando seu nome, as meninas brasileiras pulando e a abraçando, é bom lembrar o abraço da Elaine Gray me dando coragem e da Tia Cida me provando que aquilo tudo estava mesmo acontecendo. Serei eternamente e sinceramente grata a todos e à Deus pelo apoio, proteção e tudo de bom que este cargo proporcionou à Aline e indiretamente a mim!
8- Quais são as suas perspectivas para a Ordem Internacional das Filhas de Jó no futuro?
Acredito na continuidade e prosperidade de nossa Ordem por muitos e muitos anos. Já existem vários projetos para o crescimento e fortalecimento das Filhas de Jó, os quais vêm sendo debatidos e executados pelo Supremo Conselho Guardião ano após ano. Outro fator que me faz crer na expansão da Ordem é o interesse que vários países, de diferentes continentes, demostram pelas Filhas de Jó Internacional. Não é um processo simples mas, havendo disponibilidade de voluntários para a tradução de nossos livros e Bethéis dispostos a dar assistência contínua, o Supremo, poderá considerar a iniciativa consistente e apoiá-la. Percebo a preocupação e ações do Supremo para que a Ordem tenha a abordagem promocional correta e programas que incentivem as Filhas a participarem das atividades do Bethel e atraírem novos membros. Cada um fazendo a sua parte não há como não acreditar no potencial da Ordem de se multiplicar em um curto espaço de tempo.
Estou muito feliz pela oportunidade desta entrevista que abre um espaço para agradecer, mais uma vez, a todas as pessoas e Bethéis que apoiaram a gestão da Aline como Miss Filha de Jó Internacional. Dizer que não há como definir o quanto cada palavra, incentivo, apoio, convite, mensagens, ajuda financeira, caronas, hospedagens, abraços, faixas de boas-vindas e, principalmente, oportunidades que deram a ela em seus Bethéis e jurisdições, foram importantes para que pudesse exercer, devidamente, o seu cargo e fazer com que esta experiência valesse a pena. Me sinto eterna devedora, então, peço a Deus que retribua em dobro, a cada um, individualmente, abençoando, guiando e inspirando em seus trabalhos na Ordem e na vida pessoal. Agradeço pelo amor e apoio que recebo de adultos e Filhas que na maioria das vezes só conheço por emails mas que aprendi a admirar e respeitar pelo trabalho desenvolvido e dedicação que demonstram. Agradeço pelo quanto me ensinam com suas experiências e me alegram quando compartilham suas vitórias! Por fim, agradeço, principalmente à Ordem em Goiás, pelo enorme valor que agrega em minha vida.
Linda entrevista! Me arrepiei em vários momentos! Belas palavras e grandes lições! :)
ResponderExcluirAdorei a entrevista! A Tia Gilma é uma pessoa super importante para toda a nossa querida Ordem, mas tanto ela como a Aline tem um espaço mais do que especial por todo o apoio que nos deram desde os nossos primeiros sonhos, à nossa Instalação e até hoje. Todas nós as amamos muito e aprendemos grandes lições com ambas :D
ResponderExcluirArrepios definem! Agradeço depois por Deus ter colocado em Brasília uma pessoa tão maravilhosa e especial :) Muito obrigada, Tia Gilma!
ResponderExcluirEis uma das pessoas que conquistou a minha admiração pela sua dedicação, conhecimento e humildade. A entrevista ficou excelente e demonstra um pouco desse belo trabalho que Gilma tem desenvolvido nas Filhas de Jó!
ResponderExcluirPARABÉNS PELO BELO EXEMPLO! :)
Paula Vielmo
Bethel 03 - Barreiras-BA
Hoje a Ordem em Goiás faz 14 anos e a tia Gilma, e sou testemunha desde a primeira visita que fizemos no Bethel Perolas Goianas no aniversario de 10 anos do Bethel esteve sempre ajudando, orientado as filhas , tendo sido uma ótima Guardiã do Bethel #01 e depois no Bethel Jurisdicional. A Ordem em Goias tem muito a agradecer a Tia Gilma. A sua dedicação, seu amor a familia e a tudo que ela faz, seu desprendimento, sua garra nos emociona e nos dá força para seguir em frente. Sabemos que sempre podemos contar com ela e com a Aline, o ultimo Confego é um exemplo. Obrigada tia Gilma, por ser mais que tia das filhas de Jò.
ResponderExcluirTivemos oportunidade de conhecer aqui em Salvador, Tia Gilma e verificamos a dedicação e apoio que ela dar a Ordem, não só em Goías, como em todo o Pais. Parabéns Tia Gilma.
ResponderExcluirEssa história da coroação da Aline eu tive oportunidade de ouvir, pessoalmente da tia Gilma. Adoro ela!!! Quando ela vem ao meu Bethel, me traz uma tranquilidade, pois ela tem a verdadeira paciencia de Jó!
ResponderExcluirAs respostas para as perguntas 5 e 7 me deixaram realmente emocionada. As vezes, parece que a gente viveu junto essa história. Adorei a entrevista!
ResponderExcluirEmocionante essa entrevista da tia Gilma, não a conheço pessoalmente mas pelo pouco que já conversamos e ouvi falar dela, sei que é uma pessoa que conhece muito da ordem e tem muito o que ensinar. Parabéns tia!
ResponderExcluirMuito muito obrigada! Os comentários de vocês só aumentam minha gratidão e responsabilidade em fazer por merecê-los e retribuir este carinho de vocês! Um grande beijo!
ResponderExcluirTia Gilma, suas palavras foram de tamanha inspiração para todas nós sentir a dimensão e a proporção de nossa Ordem, que amamos tanto.
ResponderExcluirÉ magistral saber a grandiosidade dos ensinamentos dela para nossa vida e como são constantes.
Agradeço imensamente pela senhora ter compartilhado conosco sua lições, experiências e parabenizo a senhora e Aline pelo belissimo trabalho.
GILMA DO COLEGIO HUGO DE CARVALHO RAMOS?
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