COISAS DAS QUAIS NÃO FALAMOS

Conflitos entre Filhas e Guardiões - Parte 2


Ok! Você sabe que a causa do conflito tem como base o descumprimento de uma regra. Mas, como levar isso ao seu Bethel de uma forma a não causar
ainda mais confusão?

Sabemos que, mesmo quando estamos com a razão, quando o descumprimento de uma regra está claro, pode ser bem difícil de convencer os demais membros do Bethel a mudarem de comportamento. Essa dificuldade por vezes, tem como raiz o fato de que o Bethel segue determinado comportamento há muitos anos, já tendo se tornado “tradição”. E quando é uma “tradição” que, por mais errada que seja, todos adoram? Gostam ou acreditam que “não faz tão mal assim fazer desse jeito”?

Como já dito, nossa ordem é relativamente “jovem” em nosso país. A dificuldade do idioma, além da extensão geográfica do nosso Brasil, foram e são barreiras significativas para tornar a ordem homogênea, tanto de ritualística quanto de regras. Costumes e “achismos” se proliferaram. Quem é das “antigas” deve-se lembrar que, há alguns anos, Tio Alcoro tinha uma lista chamada “Derrubando Lendas” que justamente serviu para desmistificar muitas dessas situações criadas por desconhecimento das regras.
Temos que considerar também que novos membros sempre estão e estarão ingressando em nossa ordem. Sempre teremos pessoas aprendendo. Por isso é importante a solidificação de uma “cultura de estudo”.

E como levar isso ao seu Bethel? Não existe uma receita de bolo, mas podemos sugerir algumas abordagens...

1) Em primeiro lugar tenha em mente que não se trata de uma disputa, de mostrar quem está certo ou errado. É importante ter em mente que para o Bethel aquela conduta é a certa (ninguém erra deliberadamente, correto?). Ainda que o Bethel “saiba” que aquele modo não é o previsto nas regras, se o Bethel age daquela forma é porque acredita que seja o “melhor” pra ele, dentro de sua realidade. Ninguém de bom coração sai de casa para danar outra pessoa, não é mesmo? Escolhas DEVEM ser feitas para o bem comum do Bethel e sua convivência, porém devemos sempre nos respaldar na nossa legislação e não na nossa conveniência.

2) Tendo isso em mente, é importante que você estude a regra, saiba exatamente onde ela está escrita e MOSTRE ao seu Bethel. Mas, além disso, que você explique a importância de seguir o jeito correto, e exemplifique. Exemplos ajudam a assimilar melhor a informação. E porque não montar um grupo de estudo das nossas leis?? Quanto maior o numero de pessoas interessadas, melhor será o Bethel.

3) Busque uma abordagem amistosa. Lembre-se que estamos todos no mesmo time.

4) “Verdade dita na hora errada é mentira”. Você pode estar com a razão, mas é necessário escolher a melhor hora pra falar desse assunto. Uma reunião onde os ânimos já estão alterados, ou que está prevista pra ser demasiadamente longa, podem não ser os melhores momentos. Se necessário, solicite uma reunião só para esse assunto ou escolha uma em que a pauta esteja mais “leve”. Ao pontuar um assunto delicado, saiba como comunicar seu desejo. Ponha em mente o seguinte: Qual a forma que eu gostaria de ouvir? Que consideração eu espero que minha irmã tenha comigo? O que ela está passando no momento me permite trazer a luz mais uma preocupação? Como posso ajudar a aliviar o fardo, e fazer com que o Bethel funcione com sabedoria, honra, glória e leveza? SIM!! Devemos nos colocar no lugar das nossas irmãs e do Conselho também, afinal a tendência é de ser ocupado por Membros de Maioridade!!!

5) Nem sempre buscar “aliados” é a melhor solução. Às vezes uma abordagem pessoal e individual é mais eficaz do que em grupo. Um grupo conversando com uma pessoa sozinha pode ser “Intimidador” e mal interpretado. O contrário também é valido: tentar conversar com um grupo, sozinha, pode não ter tanta força em um primeiro momento, mas pode ser recebido com mais facilidade. Pense em qual seria melhor para o seu caso. Observe o seu Bethel! Perceba as suas irmãs!! Tenha mais empatia e amor a essa Ordem que lhe acolheu, e que você escolheu fazer morada!! O que posso aprender com nossas
diferenças e como posso aprender a valorizar uma irmã que não tenho afinidade? O que ela pode agregar a mim, e eu a ela? Lembrar que a base da nossa ordem é o Amor, e o Bethel não deve só emanar amor, e sim ecoar!!!

6) Tenha paciência e busque novas abordagens. Sabia que a maioria dos desentendimentos e discussões ocorrem por erro de comunicação e interpretação? Por vezes nos ofendemos e quem nos ofendeu nem sabe por que ficamos estranhas com ela. Entonação diferente, falta de olhar nos olhos para ver se foi realmente compreendida, ausência de uma virgula faz uma difereeeeença enorme. Na dúvida, pergunte! Não dê asas à imaginação! Ela geralmente nos coloca em cenários catastróficos, e que poderia ser resolvido com um simples dialogo honesto, sem rispidez, com misericórdia. Pense que toda vez que desejar dar asas a imaginação, que esse deveria ser seu ato de bondade diário. Como posso melhorar essa celeuma? Como posso me comunicar melhor? Como posso entender minha irmã sem julgá-la, e realmente buscar ajudá-la no que for preciso? Aquela história do quer que eu desenhe, não era para ser deboche! Realmente há pessoas que entendem melhor ouvindo, outras lendo, outras através de sistemas e esquemas... por isso volto a frisar: PERCEBA A SUA IRMÃ E SUA REAL NECESSIDADE.

7) Caso o comportamento não mude, e você deve então reportar ao Grande Conselho, Conselho Jurisdicional ou SDA. Eles podem e devem intervir na orientação. Mas, por que não seguir para o item 7 de uma vez? Sim, você pode fazer isso. Porém, pela experiência prática, sabemos que esse tipo de postura pode causar impactos bem negativos no Bethel. Como dito no começo, muitos comportamentos são praticados não por uma vontade deliberada de descumprir regras e sim, por desconhecimento ou por acreditarem que aquilo atende melhor as necessidades daquele Bethel em particular. Se esse comportamento é alterado bruscamente, sem que seus membros assimilem sua importância e relevância, seu cumprimento será apenas algo automático, sem compreensão. Ao passo que, se o grupo participa dessa mudança, todos podem crescer juntos. Não estamos na Ordem para simplesmente reproduzirmos regras e rituais, mas principalmente crescer com eles. E esse crescimento só ocorre quando nos preocupamos com a compreensão do individuo. Reprodução sem compreensão é mecanização. Reprodução com compreensão é crescimento.

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Com amor de Jó,